sábado, 20 de novembro de 2010

Ornitorrinco é confirmado como ave, réptil e mamífero


Além de ser ovíparo e produzir  leite para
os filhotes, o ornitorrinco
tem pele adaptada à vida na água
e veneno comparável ao das serpentes

Estudos sobre o genoma do ornitorrinco, o estranho animal com pele, pêlos, bico de pato, rabo de castor e patas com membranas, apontaram que o animal é, ao mesmo tempo, um réptil, um pássaro e um mamífero, segundo relatório publicado pela revista Nature.

A espécie de 40 cm de comprimento faz parte da família dos monotremados: a fêmea produz leite para alimentar os filhotes e são ovíparos. Sua pele é adaptada à vida na água e o macho possui um veneno comparável ao das serpentes.
"O genoma do ornitorrinco (Ornithorhyncus anatinus), assim como o próprio animal, apresenta um amálgama de características que pertencem a um réptil ancestral e são derivadas de mamíferos", segundo os pesquisadores. Alguns dos 52 cromossomos, ligados às características sexuais, correspondem também a aves.
"Esta mistura fascinante dos traços no genoma do ornitorrinco traz muitos indícios sobre o funcionamento e a evolução de todos os genomas de mamíferos", afirma em um comunicado o principal autor do estudio, Richard Wilson, diretor do Centro de Genoma da Universidade de Washington.
De fato, se compararmos seu genoma ao de outros mamíferos "seremos capazes de estudar os genes que foram conservados durante a evolução", explica. O ornitorrinco é "único", uma vez que manteve características de répteis e mamíferos, especificidade que a maioria das espécies perdeu ao longo da evolução, lembra por sua vez Wes Warren, da mesma universidade.
O seqüenciamento do genoma do ornitorrinco foi realizado com uma fêmea, batizada de Glennie, que vive na Austrália. Equipes de oito países participaram da pesquisa, entre os quais Estados Unidos, Austrália, França, Inglaterra e Espanha.
Ao longo da análise, os cientistas compararam o genoma de Glennie ao de homens, cachorros, ratazanas, gambás e galinhas: o ornitorrinco compartilha 82% de seus genes. Este animal conta com 18,5 mil genes, dos quais dois terços também aparecem no homem.
O ornitorrinco nada com olhos, ouvidos e narinas fechados, guiando-se graças a receptores sensoriais em seu bico para detectar os campos elétricos emitidos por suas presas. Além disso, a fêmea não possui tetas para amamentar os filhotes - estes sugam o leite que sai da pele da mãe, como os marsupiais.

Fonte: Terra

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ácido nucleico protege primatas do vírus ebola





Análogos de ácido nucleico empregados normalmente para modificar a expressão genética conseguem imunizar os primatas dos letais efeitos do vírus ebola, segundo publica esta semana a revista Nature Medicine.
Trata-se das substâncias conhecidas como oligômeros de morfolino e embora não tenham sido ainda testadas em voluntários humanos, este achado abre as portas para futuros tratamentos em pessoas.
Não existem vacinas nem tratamentos terapêuticos contra um vírus tão patogênico como o Ebola e o de Marburg, que causam uma febre hemorrágica com taxas elevadas de mortalidade.
Um grupo de pesquisadores do Instituto Militar de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos descobriu que a injeção desses oligômeros para atacar os genes virais evitava a morte dos símios nos quais foi aplicado o tratamento.
Os animais ficaram protegidos de uma eventual infecção inclusive se o tratamento fosse fornecido uma hora após sua exposição ao vírus, o que indica o potencial dessa substância como tratamento de emergência.
As informações são da EFE

Fonte: Terra

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cetáceos Brasileiros


BALEIA-DE-BRYDE (Balaenoptera edeni)

Família - Balaenopteridae
Distribuição - águas tropicais e subtropicais de todos os oceanos, tanto em áreas costeiras como oceânicas. É a única baleia que não realiza grandes migrações, podendo permanecer na mesma área durante todo o ano realizando grandes deslocamentos no sentido costa-mar e vice versa. Na costa brasileira, existem registros da baleia-de-bryde no Rio Grande do Sul e do Paraná até o nordeste. Concentrações tem sido notadas em várias áreas do mundo em áreas oceânicas como Japão, Peru, Venezuela, Brasil, África do Sul e Golfo da Califórnia. 
Peso, medidas e características - o comprimento médio dos machos e fêmeas é de 13,7m e 14,5m, respectivamente. O maior animal já registrado era uma fêmea com 15,5m. As formas oceânicas em geral são maiores que as formas costeiras. O peso médio varia entre 16 e 18,5 toneladas. Seu corpo é longo e esguio. Cabeça larga e plana, com uma quilha central proeminente e duas quilhas laterais, característica que as diferenciam das baleias-sei (Balaenoptera borealis) devido a sua semelhança. A nadadeira dorsal é alta e falcada e localiza-se atrás da metade do dorso. Sua coloração é cinza-prateada no dorso e esbranquiçada na parte ventral. Podem existir manchas claras nos lados do corpo ou entre a cabeça e a nadadeira dorsal. É comum a presença de marcas e cicatrizes ao longo do corpo. As nadadeiras peitorais são relativamente pequenas, estreitas e pontudas. Apresenta de 40 a 50 pregas ventrais que se estendem até o umbigo. Possuem de 250 a 370 pares de barbatanas, de cor escura e com comprimento médio de 45 cm. O borrifo é em forma de coluna e pode atingir até 4m de altura. As vocalizações são de baixa freqüência, principalmente pulsos.
Como nascem e quanto vivem - a maturidade sexual é alcançada com cerca de 12,3m; entre 7 e 10 anos de idade. A gestação dura aproximadamente um ano. As fêmeas dão à luz a um único filhote que ao nascer medem cerca de 3,4m e pesam 560 Kg. A amamentação dura 6 meses e o intervalo médio entre as crias é de 2 anos. Chega a viver 72 anos. 
Comportamento e hábitos - possuem hábitos solitários mas podem se deslocar aos pares ou, menos freqüentemente, formar grupos de até 10 indivíduos. É ativa e costuma saltar totalmente fora da água. Aproxima-se de embarcações e é curiosa. Pode formar grupos mistos com outros cetáceos. A alimentação e a reprodução parecem ocorrer o ano todo. 
Alimentação - basicamente  peixes que formam cardumes e ocasionalmente pequenos crustáceos.  Quando  está  se alimentando, desloca-se com súbitas acelerações e mudanças de direção, em profundidades que podem variar desde águas rasas até 300m.
Identificação Individual - é feita através de marcas e cicatrizes no bordo posterior da nadadeira dorsal.
Inimigos Naturais - as orcas (Orcinus orca) e provavelmente os grandes tubarões (Família Carcharhinidae).
Ameaças - a baleia-de-bryde foi extensivamente caçada em todo o mundo. No Brasil, capturas para fins comerciais ocorreram na região de Cabo Frio, Rio de Janeiro, e costa nordeste. Este tipo de caça continuou até 1986, quando a Comissão Internacional da Baleia (CIB) decretou a moratória a caça comercial dessa baleia. Atualmente, capturas acidentais em redes de pesca e a degradação do hábitat, constituem as principais ameaças. Em janeiro de 1983, um macho juvenil de baleia-de-bryde foi encontrado agonizante na Baía da Guanabara, Rio de Janeiro. Seus pulmões e estômago, estavam impregnados de óleo. 
Status - encontra-se citada na categoria Dados Deficientes (IUCN, 1996).


BALEIA-FRANCA-DO-SUL (Eubalaena australis)

Família - Balaenidae 
Distribuição - encontra-se distribuída em todos os oceanos do Hemisfério Sul. No Brasil, pode ser observada especialmente a poucos metros da costa durante os meses de inverno e primavera desde o Rio Grande do Sul até o sul da Bahia. O litoral de Santa Catarina representa uma importante área de concentração durante seu período migratório de reprodução e cria pois suas inúmeras baías e enseadas de águas calmas, propiciam um habitat ideal para fêmeas acompanhadas de filhotes.
Peso, medidas e características - é um animal robusto e forte, que pode pesar 100 toneladas. Alcançam entre 13,5m a 16,5m de comprimento. As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. Não possui nadadeira dorsal nem pregas ventrais e a grande cabeça é coberta por calosidades que abrigam crustáceos, como cracas e piolhos-de-baleia. Sua boca é grande e arqueada. A coloração é preta com manchas brancas no ventre. Possui de 205 a 270 pares de barbatanas que medem cerca de 2m de comprimento. As vocalizações incluem gemidos e estalos.
Como nascem - vários machos copulam alternadamente com uma só fêmea. A gestação dura cerca de 10 meses. As fêmeas dão à luz a um único filhote que ao nascer mede entre 4,5m e 6m. A amamentação dura aproximadamente um ano. O intervalo entre as crias é de 2 a 5 anos. Pouco é conhecido ainda sobre sua biologia reprodutiva. 
Comportamento e hábitos - apresenta geralmente hábitos costeiros, chegando a poucos metros da arrebentação, o que pode dar a falsa impressão de que está encalhando. Devido a espessa camada de gordura seu nado é lento e elas podem ficar horas boiadas na superfície. No entanto, podem surpreender com saltos e batidas de nadadeiras. Geralmente, nada sozinha ou em pares de fêmea e filhote. Grupos maiores, de até 12 indivíduos, podem ser observados durante o período reprodutivo. São curiosas e se aproximam de embarcações. O borrifo tem a forma de "V" e pode alcançar até 3m de altura. 
Alimentação - alimenta-se principalmente nos meses de verão no interior da Convergência Antártica. A dieta básica é constituída por krill e copépodes. 
Identificação Individual - a forma, o tamanho e a disposição das calosidades na cabeça criam um conjunto único para cada animal ou seja, podem ser consideradas "impressões digitais". Algumas baleias indentificadas na Península Valdés, Argentina (outra importante área de concentração na costa leste da América do Sul), já foram reavistadas no sul do Brasil. "Queixinho" uma baleia-franca-do-sul fêmea identificada e conhecida pelos pesquisadores do Projeto Baleia Franca desde 1995, foi reavistada em agosto desse ano com um novo filhote. Este fato principia a confirmar as suspeitas dos técnicos do Projeto de que as francas do Brasil seguem um padrão prioritário de reaparecimento em nossa costa a cada três anos, como já foi constatado para a Península Valdés. A presença de "Queixinho" na mesma região da primeira avistagem pode indicar uma fidelidade do local de ocorrência bem definida. 
Inimigos Naturais - provavelmente as orcas (Orcinus orca) e os grandes tubarões (Família Carcharhinidae).
Ameaças - a baleia-franca-do-sul foi um dos principais alvos da caça baleeira, o que levou a uma drástica redução de suas populações. Em 1935, foi protegida da caça em todo o mundo através de acordos internacionais. Infelizmente, no Brasil, foi caçada em Santa Catarina até meados da década de 70 apesar de estar protegida. Por ter hábitos costeiros, é uma das espécies que sofre maior pressão antrópica, sendo constantemente molestada pelas embarcações. A poluição, a destruição dos habitats, o intenso tráfego de barcos e o enredamento acidental em redes de espera e de cerco constituem as principais ameaças. Colisões, principalmente de filhotes, com embarcações já foram registrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Casos de capturas acidentais em redes e baleias com pedaços de redes presos nos seus corpos, indicando possíveis enredamentos ou encontros com redes à deriva, foram constatados no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Já foram observados ferimentos feitos por armas de fogo e instrumentos cortantes em exemplares encalhados no Rio Grande do Sul. 
Status - encontra-se incluída na categoria Baixo Risco/Dependendo de Conservação (IUCN, 1996), está citada na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (IBAMA,1989) e Apêndice I da CITES.


BALEIA-JUBARTE (Megaptera novaeangliae)

Família - Balaenopteridae 
Distribuição - espécie cosmopolita. No verão, alimenta-se próximo aos pólos e no inverno migra para os trópicos para se reproduzir e criar seus filhotes. Possui hábitos costeiros mas pode ser encontrada também em ilhas oceânicas como Fernando de Noronha e Trindade. No Brasil, ocorre desde o Rio Grande do Sul até o nordeste. O Banco de Abrolhos, na Bahia, constitui uma importante área de reprodução e cria no Atlântico Sul Ocidental, e a única devidamente comprovada até o momento (suspeita-se que na costa nordeste do Brasil possa existir outra). Atualmente, no Hemisfério Sul, existem possivelmente cerca de 12.000 indivíduos, divididos em 7 distintas populações.
Peso, medidas e características - corpo robusto. Adultos em geral, medem entre 12 e 16m e podem pesar mais de 40 toneladas. Dorso preto com manchas brancas irregulares na barriga. Nadadeiras peitorais e parte ventral da nadadeira caudal variam do preto total ao branco total, com padrões intermediários. Quilha central sobre a cabeça, que é arredondada e repleta de calosidades ou tubérculos, típicos da espécie, que podem estar recobertos por cracas e piolhos-de-baleia. A nadadeira dorsal é pequena, falcada ou achatada, situada sobre pequena corcova. A nadadeira caudal em forma de asa de borboleta, com bordas recortadas. Nadadeiras peitorais muito longas, correspondendo a 1/3 do comprimento do corpo, com bordas recortadas. Possui de 250 a 400 pares de barbatanas de coloração cinza-escuro ou marrom. Apresenta de 12 a 36 pregas ventrais, que estendem-se até perto da abertura genital. 
Como nascem e quanto vivem - os machos disputam as fêmeas com lutas entre si e comportamentos agressivos. Nas áreas de reprodução a estrutura de grupo mais comumente observada são pares de fêmeas com filhotes acompanhadas de um ou mais machos denominados escortes. A maturidade sexual é alcançada com aproximadamente 11m. A gestação dura cerca de 1 ano. As fêmeas dão à luz a um único filhote que ao nascer mede cerca de 5m e pesam 1,5 tonelada. A amamentação dura de 6 a 10 meses. O intervalo médio entre as crias é de 2 anos. Pode viver, pelo menos, 40 anos. 
Comportamento e hábitos - nada sozinha, em pares ou trios mas pode formar grupos temporários maiores nas áreas de alimentação e reprodução. Costuma saltar, bater com as nadadeiras e a cabeça na superfície da água, e por ser curiosa costuma aproximar-se de embarcações. Pode ficar com a cauda, a cabeça e as nadadeiras peitorais expostas na superfície da água por até algumas horas. Costuma projetar a nadadeira caudal fora da água antes de iniciar um mergulho profundo. Os machos costumam emitir sons semelhantes a canções que podem durar de 6 minutos até mais de uma hora nas áreas de reprodução para atrair e cortejar as fêmeas. O canto é composto de várias frases que se repetem de forma idêntica durante horas seguidas. Pequenas variações no canto da jubarte só são percebidas quando ouvidas ano após ano : aparentemente, a cada ano a baleia acrescenta uma nova frase ao canto. Distintas populações de baleias-jubarte executam diferentes cantos. Apresentam um complexo comportamento social. Quando molestada, pode soltar bolhas pelo orifício respiratório na água e emitir um barulho parecido com um som de trompete, como sinal de alerta. Borrifo em forma de balão, podendo atingir 3m de altura. 
Alimentação - principalmente no verão, em águas frias. Alimenta-se de krill, copépodos e pequenos peixes que formam cardumes. Possuem uma série de técnicas alimentares altamente especializadas. 
Identificação Individual - a coloração da parte ventral da nadadeira caudal e a forma e recorte das bordas criam um desenho de cauda único em cada indivíduo. A forma, marcas e cicatrizes da nadadeira dorsal também tornam possível a identificação de distintos indivíduos. 
Inimigos Naturais - as orcas (Orcinus orca), as falsas-orcas (Pseudorca crassidens) e possivelmente os grandes tubarões (Família Carcharhinidae). 
Ameaças - devido aos seus hábitos costeiros durante seus períodos migratórios (julho a dezembro) a baleia-jubarte sofre com fortes pressões antrópicas como por exemplo capturas acidentais em redes de pesca, colisão com barcos e navios, poluição dos mares e a distruição de seus habitats. Outra ameaça potencial e iminente é o aumento do turismo para a observação de baleias (whalewatching) no Banco dos Abrolhos, que, se feito de forma irracional e descontrolada, pode molestar seriamente as baleias-jubarte. A atividade petrolífera na região do Banco dos Abrolhos e adjacências é causa de preocupação quanto a futuros impactos sobre a população de baleias. Existem registros de capturas em redes de deriva oceânicas para as regiões sul e sudeste do Brasil.
Status - encontra-se listada na categoria Vulnerável (IUCN, 1996) e está citada na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.


BALEIA-MINKE (Balaenoptera acutorostrata)

Família - Balaenopteridae 
Distribuição - habita águas tropicais, temperadas e frias de todos os oceanos, tanto em áreas costeiras como em oceânicas. Ocasionalmente, pode penetrar em baías e estuários em águas de pouca profundidade. No verão, alimenta-se próximo dos pólos, no inverno migra para regiões mais quentes para se reproduzir e criar seus filhotes. Em algumas regiões, entretanto, são conhecidas populações residentes durante todo o ano, que não realizam mais do que pequenos deslocamentos. No Brasil, ocorre desde o Rio Grande do Sul até o nordeste. No talude continental (entre a extremidade da plataforma continental e os abismos oceânicos) da costa nordeste brasileira existe uma área de concentração dessa espécie durante seus períodos migratórios ( julho a dezembro). 
Peso, medidas e características - corpo afilado, esguio e hidrodinâmico. A baleia-minke trata-se da menor baleia existente dentro da ordem dos Misticetos. O comprimento máximo dos machos é de 9,8m e das fêmeas é de 10,7m. O peso é de aproximadamente 10 toneladas. Sua coloração é preta ou cinza-escura no dorso e a região da barriga é branca. Pode existir uma mancha branca em ambas as nadadeiras peitorais que são pequenas e pontudas. Alguns adultos apresentam marcas claras no corpo, acima das nadadeiras peitorais, em forma de "parêntesis". A nadadeira dorsal é alta e falcada e localiza-se atrás do meio do dorso. Apresenta de 50 a 70 pregas ventrais, que não chegam a se estender atrás do umbigo. A cabeça é estreita e pontiaguda, com apenas uma quilha central. Possui de 105 a 415 pares de barbatanas que medem cerca de 30cm e são de coloração branco-amarelada, cinza-escura ou preta. O borrifo é indefinido ou pouco definido em forma de coluna e atinge cerca de 2m de altura. Existem 2 formas de baleias-minke no Hemisfério Sul que diferem de acordo com a cor padrão, caracteres morfométricos e coloração das barbatanas: a forma anã (de menor tamanho, com mancha branca) e a forma usual ("ordinary form", de maior tamanho e sem a mancha branca). Ambas ocorrem no Brasil sendo que a forma anã é mais comumente registrada que a forma usual, possivelmente como conseqüência de sua distribuição mais costeira. Evidências sugerem que indivíduos de ambas as formas podem ocorrer simultaneamente em médias e baixas latitudes no Brasil.
Como nascem e quanto vivem - a maturidade sexual é alcançada entre 7 e 8 anos de idade, quando as fêmeas medem entre 7,3m e 7,9m e os machos entre 6,7m a 7m. A gestação dura aproximadamente 10 meses. O filhote ao nascer pesam cerca de 300Kg e mede 2,8m. A amamentação dura de 4 a 6 meses. O intervalo médio entre as crias é de 2 anos. Pode viver pelo menos, 47 anos. 
Comportamento e hábitos - é encontrada sozinha, em duplas ou em pequenos grupos. Grandes concentrações podem ocorrer nas áreas de alimentação. Ocasionalmente é vista na companhia de outras baleias e golfinhos. Nada rapidamente e é acrobata. Quando salta fora da água, em geral, mergulha de cabeça sem provocar muito barulho. Raramente expõe a nadadeira caudal quando mergulha. Aproxima-se de embarcações. As vocalizações incluem pulsos de baixa freqüência, e estalos e cliques ultra-sônicos. 
Alimentação - principalmente no verão, em águas frias. Alimenta-se de krill, copépodos, pequenos peixes que formam cardumes e lulas. 
Identificação Individual - a mancha branca quando presente na nadadeira peitoral varia de largura e orientação de indivíduo para indivíduo. Manchas brancas naturais no dorso e a forma, marcas e cicatrizes na nadadeira dorsal podem ajudar a identificar distintos indivíduos. 
Cativeiro - algumas baleias-minke já foram mantidas em cativeiro por períodos de 3 meses no Japão.
Inimigos Naturais - provavelmente as orcas (Orcinus orca). 
Ameaças - atualmente, a baleia-minke sofre com a poluição dos mares, o aumento do tráfego de embarcações e a captura acidental em redes de pesca em toda a sua área de ocorrência. Enquanto a caça de baleias ainda era permitida no Brasil, a estação baleeira Companhia de Pesca do Brasil (COPESBRA), localizada em Costinha (Paraíba), explorou a população de baleias-minke desde o início da década de 50 que se concentra em águas oceânicas do nordeste. A caça foi proibida por Lei em 1987. Em todo o mundo, porém, somente após 1972 a baleia-minke passou a ser capturada em grande escala pela indústria baleeira. Antes disso, a exploração da espécie não era considerada interessante do ponto de vista econômico, pois ainda havia espécies de maior tamanho disponíveis para a caça comercial. Dessa maneira, após o declínio das populações das grandes baleias, a baleia-minke começou a sofrer a exploração dos grandes países baleeiros, com suas frotas de navios-fábrica. A moratória da caça de baleias foi decretada em 1986, proibindo a caça comercial de baleias no mundo. A moratória aparentemente chegou a tempo para a baleia-minke, que embora tenha continuado a sofrer com a caça ilegal e as capturas pretensamente científicas (atualmente realizadas pelo Japão, Islândia e Noruega), ainda não é oficialmente considerada ameaçada. Por outro lado, talvez seja essa a maior ameaça para as baleias-minke. 
Status - encontra-se citada na categoria Dados Deficientes (IUCN, 1996). 


BALEIA-PILOTO-DE-PEITORAIS-CURTAS (Globicephala macrorhynchus)

Família - Delphinidae 
Distribuição - ocorre em águas tropicais e subtropicais de todo o mundo. Ë encontrada tanto próxima à costa como em áreas oceânicas. No Brasil, existem registros de ocorrência em São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. 
Peso, medidas e características - os comprimentos e pesos máximos registrados para machos e fêmeas é de 6,7m e 3,8 toneladas e 5,5m, e 1,8 toneladas, respectivamente. Existe uma grande variação de tamanho entre indivíduos de diferentes populações. O corpo é longo e esguio. Sua coloração é preta, com manchas claras em forma de âncora na barriga, entre as nadadeiras peitorais, e no dorso, após a nadadeira dorsal. Cabeça em forma de globo (característica que se acentua nos machos adultos), com um pequeno e sutil bico. Boca pequena e curva. Possui de 14 a 18 pares de dentes. Nadadeira dorsal baixa e falcada, com base larga e ponta arredondada, encontra-se situada próxima da cabeça, antes da metade do dorso. Nadadeira caudal pequena, com bordas pontudas e nadadeiras peitorais curtas, finas e curvas. O orifício respiratório situa-se ligeiramente à esquerda da linha central da cabeça. 
Como nascem e quanto vivem - a maturidade sexual das fêmeas é alcançada com cerca de 9 anos, e dos machos com aproximadamente 17 anos. A gestação dura cerca de 15 meses. Os filhotes nascem medindo entre 1,4 e 1,8m. A amamentação pode durar anos, mas os filhotes começam a ingerir alimentos sólidos a partir de 6 meses. Mesmo depois de se tornarem incapazes de se reproduzir, as fêmeas podem continuar produzindo leite, sendo aparentemente comuns os casos de fêmeas idosas amamentando filhotes de outras mais velhas. O intervalo médio entre as crias é de 4,5 a 6 anos. É polígama. Os machos adultos comumente apresentam cicatrizes de brigas na disputa pelas fêmeas. Os machos vivem cerca de 45 anos e as fêmeas podem viver mais de 60. 
Comportamento e hábitos - os grupos podem conter até centenas de indivíduos. Os machos costumam se manter na borda da manada. Coloca a cabeça fora da água para "espiar" o que passa ao seu redor. Pode ficar "boiada" na superfície por horas (e se parecem com troncos boiados) descansando ou amamentando o filhote. As vocalizações incluem uma grande variedade de assobios. Mergulha até pelo menos 610 m e pode ficar submergida por períodos de até 15 minutos. Pode associar-se com outras espécies de cetáceos. Há fortes vínculos sociais entre os animais de um mesmo grupo. Consequentemente, encalhes em massa (quando mais de um indivíduo encalha, com exceção da dupla fêmea/filhote) são comuns em várias partes do mundo. Em maio de 1991, 5 baleias-piloto-de-peitorais-curtas encalharam na praia de São Miguel do Gostoso, Rio Grande do Norte. A população do local tentou devolver 2 animais que ainda estavam vivos, mas só teve sucesso com um deles. A outra baleia acabou retornando à praia e morrendo logo em seguida. Esta era uma fêmea grávida que portava um feto com cerca de 0,45 cm. Os 4 animais foram retalhados para o consumo humano. As carcaças, assim como o feto, foram jogadas no mar, impossibilitando a realização de estudos. Existem evidências de que essa espécie pode atacar golfinhos-comuns (Delphinus delphis) e golfinhos do gênero Stenella que escapam das redes atuneiras no Pacífico tropical oriental. 
Alimentação - principalmente lulas, além de polvos e peixes. Costumam seguir as lulas e por esta razão os pescadores a denominaram de baleia-piloto. Seus deslocamentos estão relacionados especialmente a presença de lulas. 
Cativeiro - sobrevive relativamente bem em cativeiro embora as taxas de mortalidade sejam mais altas que a maioria das outras espécies mantidas em oceanários. 
Inimigos Naturais - provavelmente as orcas (Orcinus orca) e os grandes tubarões (Família Carcharhinidae).
Ameaças - as capturas acidentais em redes de espera e de deriva (drift-net) e a degradação do ambiente constituem sérias ameaças. O Peru e Japão, capturam regularmente essa espécie para exploração comercial. Em maio de 1997, um macho com 2,35m encalhou na praia do Morro, Espírito Santo. Em seu conteúdo estomacal foi encontrado material plástico que provavelmente, causou a morte do animal por inanição obstruindo seu trato digestivo. 
Status - encontra-se listada na categoria Dados Deficientes (IUCN, 1996). 


BOTO-CINZA (ECOTIPO MARINHO) (Sotalia fluviatilis)


Família - Delphinidae 
Distribuição - existem dois ecotipos para essa espécie : o marinho e o fluvial. A forma marinha do boto-cinza ocorre em regiões tropicais e subtropicais costeiras da América do Sul e Central comprovadamente desde a Nicarágua até Santa Catarina, apresentando, possivelmente, uma distribuição contínua. Costuma ocorrer em baías e desembocaduras de rios, em águas turvas. É a espécie típica da Baía Norte (SC), Baía de Guaratuba (PR), Baía da Guanabara (RJ) e Baía de Todos os Santos (BA). A forma fluvial é endêmica ocorrendo nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco.
Peso, medidas e características - o comprimento médio é de 1,7 m e o máximo de 2,2 m. Trata-se de um dos menores cetáceos. O peso médio é de 60 Kg. O corpo é pequeno. O rostro ("bico") apresenta tamanho moderado. Vários tons de cinza, em geral, com o dorso mais escuro e barriga clara (branca, rosada ou amarelada). A nadadeira dorsal é triangular, de tamanho moderado e situada próximo ao centro do dorso. As nadadeiras peitorais são ligeiramente pontudas, de contorno suave. Possui de 52 a 72 pares de dentes pequenos e pouco afiados. 
Como nascem e quanto vivem - ambos os sexos atingem maturidade sexual com cerca de 1,40 m. A gestação dura cerca de 11 meses. Os filhotes nascem medindo de 0,8m a 1,0m. Nas avistagens, é muito comum observar a presença de filhotes nos grupos. 
Comportamento e hábitos - em geral, forma pequenos grupos de 2 a 7 animais embora grandes agregações (150-450 indivíduos) já tenham sido registradas. Tímido e arredio, evita aproximação de embarcações e nada devagar. Não costuma mostrar mais do que o dorso ao se deslocar. Raramente exibe comportamentos aéreos. No entanto, pode surpreender com saltos e surf nas ondas do mar. Os mergulhos são geralmente curtos (30 segundos) e raramente ficam submergidos por mais de 1 minuto Trata-se de um nadador ativo. Nadam em grupos coesos, o que sugere estreitos vínculos sociais. Desde novembro de 1997, um boto-cinza solitário e sociável tem sido observado em São Vicente, São Paulo. Esse animal, com cerca de 1,6 m, aproxima-se com freqüência das embarcações de pesca e permite que as pessoas nadem nas suas proximidades. Outro caso muito curioso, é o de um pequeno cachorro que interage com grupos de botos-cinza no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, litoral sul de São Paulo, desde 1997. Os botos demonstram claramente aceitar a presença do cachorro dentro da água, inclusive tocando-o  e suspendendo-o acima da superfície. As vocalizações dessa espécie incluem estalos e assobios. 
Alimentação - peixes, lulas e crustáceos. 
Identificação Individual - é feita através de marcas e cicatrizes no bordo posterior da nadadeira dorsal. As marcas e cicatrizes ao longo do corpo que os animais adquirem ao longo de suas vidas podem ajudar, como complemento, a identificar distintos indivíduos. 
Inimigos Naturais - provavelmente os grandes tubarões (Família Carcharhinidae). 
Ameaças - por apresentar hábitos costeiros, o boto-cinza sofre forte pressão antrópica como por exemplo a poluição dos mares por metais pesados, efluentes industriais e agrotóxicos, desmatamentos, exploração dos mangues e estuários, o aumento do tráfego de embarcações, o desenvolvimento urbano e a captura acidental em redes de pesca em toda a sua área de ocorrência. Quando ocorrem essas capturas, a carne pode ser utilizada em pequena escala para o consumo e a gordura como isca para a captura de elasmobrânquios em espinhéis. A magnitude e o impacto dessas capturas ainda permanecem desconhecidos. Ainda que tenha sido criada a Área de Proteção Ambiental de Anhatomirim (Decreto 528, de 20/5/92), o turismo desordenado para observação dos botos-cinza na Baía Norte, também constitui uma ameaça para a população local. Em Pipa, Rio Grande do Norte, outra localidade utilizada como área de observação de botos-cinza, o turismo poderá vir a causar molestamentos e distúrbios. Desde 1996, um boto-cinza aceita alimentar-se de tainhas na mão de um pescador na região de Cananéia, São Paulo. Em anos recentes tem sido relativamente comuns casos de pessoas alimentando golfinhos selvagens em várias localidades do mundo. Essas atitudes podem ocasionar problemas tais como : mudanças no comportamento natural como na busca de alimentos e quebra de laços sociais; o que pode prejudicar a futura sobrevivência dos animais, perda de cautela e prudência em relação aos humanos - o que coloca os animais em risco, ingestão de alimentos não apropriados ou contaminados e incremento no número de injúrias causadas a humanos.
Status - encontra-se listado na categoria Dados Deficientes (IUCN, 1996), na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Presumivelmente Ameaçada de Extinção (IBAMA,1989) e no Apêndice I da CITES (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora). 


CACHALOTE (Physeter macrocephalus)

Família - Physeteridae 
Distribuição - ocorre em todos os oceanos especialmente em águas profundas, evitando apenas as regiões polares. Os machos adultos se aproximam mais dos pólos que as fêmeas e os juvenis que podem permanecer todo o ano em regiões tropicais. No Brasil, sua distribuição abrange uma grande faixa de nosso litoral, desde o Rio Grande do Sul até a região nordeste, onde são comuns os encalhes.
Peso, medidas e características - o comprimento máximo registrado para fêmeas e machos é de 17 m e 20 m, respectivamente. O comprimento médio para fêmeas é de 12 m e o de machos é de 15 m. O peso máximo dos machos é de 52 toneladas e das fêmeas 38 toneladas. O cachalote é um dos poucos cetáceos que apresentam dimorfismo sexual, uma vez que os machos são bem maiores que as fêmeas. É um animal robusto. A cabeça é muito grande (cerca de 1/3 a 1/4 do comprimento do animal) e tem forma retangular. Na parte superior frontal da cabeça, encontra-se o órgão que produz o espermacete, substância que é importante para compensar a variação de pressão em mergulhos profundos e manter o equilíbrio do animal. A mandíbula é muito estreita e pequena, posicionada na parte ventral da cabeça. Entre as nadadeiras dorsal e caudal existem várias ondulações. A pele da parte posterior do corpo é enrugada. Sua coloração é escura e uniforme, indo do cinza ao marrom. Possui de 18 a 25 pares de dentes. As nadadeiras peitorais tem a forma de remo. O orifício respiratório fica situado à esquerda da linha central e a frente da cabeça. Por isso, o borrifo do cachalote é típico, projetado para frente e para a esquerda e pode alcançar de 2 m a 5 m de altura. 
Como nascem e quanto vivem - as fêmeas alcançam a maturidade sexual entre 7 e 13 anos e os machos entre 18 e 21 anos. O período de gestação varia de 14 a 16 meses. Filhotes nascem medindo cerca de 4m e pesando 1 tonelada. A amamentação pode durar de 1,6 a 3,5 anos. O intervalo médio entre as crias é de 4 a 6 anos. Podem viver até 77 anos. 
Comportamento e hábitos - pode ser encontrado sozinho (geralmente machos adultos) ou em grupos de até 50 animais. No período de reprodução, os machos formam haréns e disputam as fêmeas com comportamentos agressivos. Animais mais velhos costumam apresentar marcas e cicatrizes pelo corpo resultantes desses combates. Geralmente, os grupos são formados por machos jovens ou fêmeas e crias, podendo estar acompanhadas por um ou mais machos adultos, o que indica haver segregação por sexo e idade. Geralmente, os cachalotes costumam se  aproximar dos pólos durante o verão para se alimentarem, e retornam as áreas temperadas e tropicais durante o inverno para se reproduzirem. Mergulha muito fundo para capturar seu alimento podendo ultrapassar 2.500m e permanecer submerso mais de uma hora. Costuma saltar e colocar sua grande cabeça para fora da água. Devido aos seus hábitos gregários, a estrutura social parece ser complexa e coesa. Em 1973, no Rio Grande do Sul, um grupo de 33 cachalotes encalharam de forma massiva. No mundo, existem famosas e importantes áreas de concentração de cachalotes como por exemplo, Arquipélagos de Açores, Madeira e Galápagos, Nova Zelândia e Noruega. 
Alimentação - lulas, polvos e peixes (inclusive raias e tubarões) e crustáceos. O cachalote produz em seu sistema digestivo uma secreção chamada de âmbar-gris que se forma ao redor dos bicos de lula que não são digeridos. No passado, essa substância era utilizada para a fabricação de perfumes e cosméticos.
Identificação Individual - a forma e os cortes das bordas da nadadeira caudal ou seja, seu contorno, criam um desenho único em cada indivíduo. O cachalote costuma projetar a nadadeira caudal para fora da água antes de iniciar um mergulho profundo. 
Inimigos Naturais - as orcas (Orcinus orca). 
Ameaças - os cachalotes foram intensamente explorados comercialmente devido aos seus caros produtos como o espermacete e o âmbar-gris tendo uma das mais antigas e contínuas histórias de exploração entre os cetáceos. As capturas acidentais em redes de espera e de deriva oceânicas (drift-nets) constituem uma das mais sérias ameaças. Às vezes, os cachalotes ficam presos em cabos telefônicos colocados no fundo dos oceanos.
Status - encontra-se citado na categoria Vulnerável (IUCN, 1996). 


FALSA-ORCA (Pseudorca crassidens)

Família - Delphinidae 
Distribuição - ocorre em regiões tropicais e temperadas de todos os oceanos, embora também possa ser encontrada próxima à costa e em águas frias. No Brasil, existem registros no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Paraíba. 
Peso, medidas e características - o comprimento máximo registrado para machos e fêmeas é de 6,1 m e 5,6 m, respectivamente. Machos podem pesar até 2,2 toneladas e fêmeas chegam a pesar 1,1 tonelada. O corpo é longo e delgado. Cabeça pequena e de forma oval, sem rostro ("bico") definido. Sua coloração é quase toda preta, interrompida apenas por uma mancha cinza-clara em forma de âncora, no ventre (entre as nadadeiras peitorais), e por outras manchas claras que podem existir nos lados da cabeça. Suas nadadeiras peitorais são estreitas e tem forma característica: com uma curva que lembra um "cotovelo" e extremidades pontudas. A nadadeira dorsal situa-se no centro do dorso e é alta e falcada. Apresenta de 16 a 22 pares de grandes e grossos dentes. 
Como nascem e quanto vivem - a maturidade sexual é alcançada com cerca de 3,5 m, entre 8 e 14 anos de idade. A gestação dura aproximadamente 15 meses. As fêmeas dão à luz a um único filhote que nasce com cerca de 1,5 m a 1,8 m. A amamentação pode chegar até os 18 meses. Vive, pelo menos, 22 anos. 
Comportamento e hábitos - é um animal gregário. Em geral, forma grupos de 10 a 50 indivíduos de ambos os sexos e todas as classes de idade, embora grupos com centenas de animais já tenham sido observados. É rápida, vigorosa, ativa e acrobática: realiza saltos tão altos e elegantes como os golfinhos, nada na proa de barcos e até mesmo de navios velozes, surfando nas ondas deixadas por eles. Costuma encalhar em grupos de até centenas de animais, existindo fortes laços sociais entre os indivíduos dessa espécie. No Brasil, existe um registro de encalhe em massa (quando mais de um cetáceo encalha, com exceção da dupla fêmea/filhote) de 14 falsas-orcas (8 machos e seis fêmeas), no Rio Grande do Sul em junho de 1995. No entanto, o encalhe em massa mais numeroso para a espécie ocorreu em Mar del Plata, Argentina, em 1946, onde 835 animais vieram a dar nas praias. Pode formar grupos mistos com outros cetáceos. 
Alimentação - lulas e peixes grandes. Como a orca (Orcinus orca), pode predar animais de sangue quente, inclusive outros cetáceos. Costuma, ainda que raramente, predar golfinhos liberados das redes atuneiras no Pacífico oriental. Já foi inclusive observado, um ataque de um grupo de falsas-orcas a um cachalote (Physeter macrocephalus) em Galápagos. 
Cativeiro - as falsa-orcas tem grande facilidade de aprendizado e se adptam bem ao cativeiro  onde  já  foram ou são mantidas com sucesso na Califórnia, Havaí e Japão. Apesar de ser um animal popular, sua exibição em oceanários é pouco comum. 
Inimigos Naturais - desconhecidos. 
Ameaças - inteligente e hábil, costuma "roubar" iscas e/ou peixes capturados em espinhéis, o que pode ocasionar em capturas acidentais nos anzóis e também sofrerem com o vandalismo de alguns pescadores que temem pela competição ou pela sua produção danificada. No Japão por exemplo, centenas de falsas-orcas são mortas com o intuito de preservar os cardumes de atum. Embora a veracidade dessa crença seja discutível, a matança continua. No Rio Grande do Sul, é conhecida a captura acidental de falsas-orcas em espinhéis e em redes de arrasto de fundo. A falsa-orca é capturada para consumo humano no Japão, Taiwan, China e Caribe. A captura acidental em redes de pesca constitui uma ameaça em toda a sua área de ocorrência. O Brasil não é uma exceção, existindo registros confirmados de capturas acidentais em Santa Catarina e Rio de Janeiro e possivelmente no Rio Grande do Sul. 
Status - encontra-se citada na categoria Dados Deficientes (IUCN, 1996).

Roedores Brasileiros


Roedor é o adjetivo usado para várias espécies de roedores... A ordem dos roedores (Rodentia) compreende os mamíferos geralmente, herbívoros e cosmopolitas, cujos dentes incisivos crescem continuamente para compensar o desgaste que sofrem...

Famílias:

Ciurídeo (Sciuridae): serelepe, caxinguelê, esquilo
Dasiproctídeo (Dosyproctidae?): cutia, paca
Eretizontídeo (Erethizontidae): ouriço-cacheiro, ouriço-preto
Histricídeo (Hystricidae): porco-espinho
Hidroquerídeo (Hydrocheraidae): capivara
Murídeos (Muridae): ratos

Esquilo ou serelepe ou caxinguelê

Nome científico: Sciurus aestuans
Família: Ciurídeo (Sciuridae). O esquilo serelepe é também chamado pelos índios de “akutipuru” (de acuti – cutia + puru – de significado incerto: revezar, emprestar) que significa cutia enfeitada; ainda caticoco... Os escravos vindos da África deram a ele o nome de caxinguelê, que significa bicho pequeno, e este tornou-se seu nome mais comum, além de outro, que é serelepe. Semi-arborícola, onívoro-frugívoro. A pelagem do dorso é marrom-oliváceo. Pelo sedoso, aveludado e curto. Orelhas com pelagem fina. Possui saliência no alto da cabeça que pode possuir mancha branca atrás da saliência. Anel mais claro ao redor dos olhos. Cauda esbranquiçada, amarelada ou avermelhada e negra. Partes inferiores laranja, brilhante no peito, mesclando-se com cinza posteriormente; região da garganta e inguinal cinza claro ou branco. Diurno, arbóreo e terrestre; solitário e às vezes aos pares. Alimenta-se de pequenas frutas, coquinhos e sementes. Extremamente ágil, utiliza todos os níveis das florestas. Ocorre na região amazônica e na Mata Atlântica.

Ao contrário do esquilo norte-americano, o brasileiro nunca hiberna. A fêmea quando muda de casa, muitas vezes carrega os filhotes cuidadosamente pela
pele do pescoço.

Paca (Agouti paca) / Família Cuniculidae (Cunniculus paca) Linnaeus, 1758. Terrestre, herbívoro-frugívoro
Cutia ou akuti (Dosyprocto ozaroe) Dasyprocta azarae; Dasyprocta prymnolopha Wagler, 1841 (cutia)
As palavras “akuti” e “paka” em tupi-guarani significam o próprio animal, respectivamente, cutia e paca...
Dasiproctídeo é o adjetivo usado para espécime dos dasiproctídeos, família de roedores de cauda curta ou ausente, e de unhas fortes e cortantes. Comuns nas Américas Central e do Sul que chegam a medir 70 centímetros de comprimento.
Este roedor de médio porte possui pelagem variando da cor de pinhão até marrom-claro. Possui três ou quatro faixas de manchas brancas ao lado do corpo e pescoço, podendo estar unidas formando faixas contínuas. Pelo curto, liso e esparso. Cabeça grande, bochechas salientes e olhos laterais; orelhas pequenas. A garganta, o peito e o ventre são brancos. Cauda muito pequena escondida me pelagem. Corpo robusto de forma côncava. Noturno, terrestre e solitário. Alimenta-se de frutas caídas, pastagem e tubérculos. Preferem habitar em áreas próximas à água. São monogâmicas e vivem aos pares. Durante o dia dormem em tocas que o animal fecha com folhagens. Encontrada em florestas, matas de galeria e florestas de montanha. Ocorre em todo território nacional, exceto região Nordeste e Caatinga, habitam especialmente matas e capoeiras.


Ouriço-preto
Nome científico: Chaetomys subspinosus
Família: Eretizontídeo (Erethizontidae): ouriço-cacheiro, ouriço-preto | Arborícola, frugívoro-granívoro
Categoria de ameaça: Vulnerável. UF: BA, ES, MG, RJ, SE.
Há também o Ouriço-cacheiro ou cuandu (Coendou prehensilis)? (Sphiggurus insidiosus)?





Porco-espinho
Nome científico: Coendou insidiosus?
Espécie: Hystrix africaeaustralis
Família: Histricídeo (Hystricidae)
Distribuição: África, Europa e Ásia
Habitat: florestas e vales
Alimentação: herbívora
Animal inteiramente coberto de pelos densos, macios, marrom-acinzentado, com os espinhos escondidos na pelagem, exceto na cabeça. Face marrom escuro, podendo haver algum branco na base dos espinhos, bigodes negros. Cauda curta com os dois terços dianteiros providos de pelos marrom-escuros. O terço final da cauda é escamoso, desprovido de pelos, como cauda de rato. Partes inferiores marrom. Espécie de hábitos desconhecidos. Ocorre na Bahia em altitudes superiores a 900 metros.


CAPIVARA – Animal semi-aquático é o maior roedor do mundo!

Nome científico: Hydrochoerus hydrochoeris (Hydrochaeris hydrochaeris?)
Nome inglês: ?
Família: Hidroquerídeo (Hydrocheraidae)

As palavras “kapibara” ou capivara em tupi-guarani significam “do comedor de capim, o herbívoro”...


Possui pelagem uniforme que varia do castanho ao cinza. A faixa de pelos que acompanha a coluna vertebral é maior que no resto do corpo. Pelo grosso, áspero e esparso, sendo quase ausente nas partes inferiores. Cabeça grande, retangular, focinho quadrado. Orelhas e olhos pequenos. Cauda rudimentar, praticamente invisível. Patas dianteiras com quatro dedos e traseiras com três. Membrana natatória rudimentar.

Descansam durante o dia e são ativas à noite quando saem em grandes grupos à procura de pastagens. São animais estreitamente ligados à água, para onde correm quando em perigo. Preferem locais próximos à água com vegetação para abrigarem-se durante o dia. Alimentam-se de capim, pastagens e vegetação aquática. Hoje, devido ao desequilíbrio ambiental, tornou-se “praga” em algumas regiões de cultivo de arroz e milho.

Distribuição geográfica: Brasil (em todo território nacional) e parte da Argentina. Maior roedor do Brasil e o maior roedor do mundo, mede de 1m a 1,30m e chega a pesar mais de 50kg. As capivaras se reproduzem através do seu assobio que atraem os machos ou as fêmeas.

A capivara forma no Pantanal grupos de até 40 indivíduos com um macho dominante e várias fêmeas. Habita os capões de mata, os campos abertos e passa várias horas do dia dentro d'água. É uma ótima nadadora. Exclusivamente herbívora, tem como principais predadores as onças e as sucuris. Pode ser diurna ou noturna, dependendo da estação do ano e da pressão de caça.


RATOS

Família: Murídeos (Muridae)

Curiosidades: na simbologia, o rato, muitas vezes mencionado no folclore celta, é símbolo da astúcia e do segredo... Na Índia aparece como montaria do benéfico deus Ganesha e no Japão, acompanha o deus da riqueza... Segundo a tradição medieval, quando aparece em sonhos significa que é preciso prestar atenção nas palavras e nas pequenas coisas da vida...

Rato é o nome comum a vários roedores murídeos, de fucinho afilado e cauda comprida. O mais comum é o rato-preto, o qual é caseiro, de dorso preto e prefere lugares secos. Já as ratazanas têm cerca de 20 centímetros de comprimento e dorso cinzento, que vivem de preferência em pântanos e esgotos.

Rato-candango: Juscelinomys candango (Moojen, 1965)
Categoria de ameaça: Criticamente em perigo. UF: DF.

Rato-do-mato: Kunsia fronto
Categoria de ameaça: Criticamente em perigo. UF: MG, DF.

Rato-do-mato: Wilfredomys oenax
Categoria de ameaça: Criticamente em perigo. UF: PR, RS, SC.

Rato-do-mato-ferrugíneo: Phaenomys ferrugineus
Categoria de ameaça: Vulnerável. UF: RJ, SP.

Rato-do-mato-vermelho: Rhagomys rufescens
Categoria de ameaça: Vulnerável. UF RJ, SP.

RATOS

Família: ? (Echimyidae)

Rato-coró: (Isothrix bistriata) Arborícola, herbívoro-frugívoro

Rato-do-cacau: Callistomys pictus
Categoria de ameaça: Vulnerável. UF: BA.

Rato-de-espinho: Carterodon sulcidens
Categoria de ameaça: Criticamente em perigo. UF: MS, MG, DF.

Rato-da-árvore
Nome científico: Phyllomys brasiliensis
Categoria de ameaça: Em perigo. UF: MG.

Nome científico: Phyllomys thomasi
Categoria de ameaça: Em perigo. UF: SP.

Nome científico: Phyllomys unicolor
Categoria de ameaça: Criticamente em perigo. UF: BA.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Felinos Brasileiros

Jaguatirica



Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Género: Leopardus
Espécie: L. pardalis




Jaguatirica, ocelote ou gato-do-mato é um felino cujo nome científico é Leopardus pardalis ou Felis pardalis, originariamente encontrado na Mata Atlântica e outras matas brasileiras. Distribuída por toda a América Latina, é encontrada também no sul dos Estados Unidos. De hábitos noturnos, passa a maior parte do dia dormindo nos galhos das árvores ou escondido entre a vegetação. Vivem aos pares, o que é raro entre os felinos.
As fêmeas têm de um a quatro filhotes a cada gestação. Supõe-se que se reproduzem a cada dois anos. O período de gestação varia de 70 a 95 dias. As fêmeas chegam à idade adulta em um ano e meio, os machos aos dois anos. Em cativeiro estima-se que viva cerca de 20 anos, é possível que viva menos na natureza.
Alimenta-se de mamíferos pequenos e médios, como roedores, macacos, morcegos e outros. Come também lagartos, cobras e ovos de tartarugas. Caça aves, e alguns são bons pescadores. A jaguatirica mede entre 65 cm e um metro de comprimento, fora a cauda, que pode chegar a 45 cm. Pesa entre 8 e 16 kg. Também é chamado onça-pintada, no entanto a onça (Panthera onca) é maior, podendo atingir 2,10m.
No Brasil, ocorre na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal e Caatinga.
Seu status é considerado pouco preocupante pela IUCN (2002) e em perigo pela USDI (1980), apêndice 1 da CITES. Está desaparecendo pela ação dos caçadores que querem sua linda pele. O mercado negro é alimentado pelo costume adoptado em muitos países de transformá-lo em animal exótico e de estimação.


Suçuarana



Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Género: Puma
Espécie: P. concolor



A suçuarana (Puma concolor, anteriormente Felis concolor) também chamada de puma, cougar, jaguaruna, leão-baio, onça-parda, onça-vermelha e leão-da-montanha, é um mamífero da família felídeos nativo das Américas. Este felino grande e solitário tem a maior escala de distribuição do que qualquer outro mamífero selvagem no hemisfério ocidental, estendendo-se de Yukon no Canadá ao Andes sulinos da América do Sul. Uma espécie adaptável, a suçuarana é encontrada em qualquer região e tipo de habitat do Novo Mundo. É o segundo felino mais pesado do Novo Mundo, depois da onça-pintada, e o quarto mais pesado do mundo, depois do tigre, leão e onça-pintada, embora seja mais frequentemente relacionada aos pequenos felinos. Alguns cientistas consideram a suçuarana e guepardo como parentes próximos.
Um hábil predador espreiteiro-emboscador, a suçuarana possui uma variedade de presas. As fontes alimentares primárias incluem ungulados como cervos e ovelhas, bem como gado doméstico, cavalos, e ovelhas, em particular na parte do norte da sua espécie, mas também caça espécie tão pequena como insetos e roedores. Prefere habitats com vegetação rasteira densa e áreas rochosas de atacar à espreita, mas ele pode viver em áreas abertas. Suçuaranas são conhecidos por matarem pelo menos um cervo adulto por semana; Porém, em clima quente, diferentemente dos ursos, não ingerem restos de carne de outras caças.
A suçuarana é territorial e persiste em densidades demográficas baixas. Os tamanhos dos territórios individuais dependem do terreno, vegetação, e abundância de presas. Embora seja um grande predador, nem sempre é a espécie dominante na sua variedade, como quando ele compete pela rapina com animais como o lobo cinzento. É um animal recluso e normalmente evita pessoas. Os ataques em seres humanos permanecem raros, apesar de um aumento recente na frequência.
Com a sua vasta variedade, a suçuarana tem dúzias de nomes em e várias referências na mitologia dos povos indígenas das Américas e na cultura contemporânea.


Jaguarundi



Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Género: Herpailurus ou Puma ou Felis
Espécie:Herpailurus yaguarondi ou Puma yaguarondi ou Felis yaguarondi



O Jaguarundi (ver três nomes binominais possíveis) é um mamífero da família dos felídeos, encontrado dos E.U.A. ao Norte da Argentina. Possui cerca de 60 cm de comprimento de corpo, 45 de cauda e pesa 6 kg. Tem orelhas e pernas curtas e pelagem de coloração marrom pardacenta uniforme, salpicada com pontinhos mais claros na maior parte do corpo (a ponta dos pêlos é de cor mais clara), havendo muita variação individual. Também é conhecido pelos nomes de eirá, gato-mourisco, gato-preto e maracajá-preto. O jaguarundi tem o hábito de viver em bordas de banhados, beira de rios ou de lagos, sendo também encontrado em lugares secos, com vegetação aberta. Sua alimentação pode ser tanto de mamíferos como de aves, porém dando preferência a presas de grande porte. Também é encontrado no Brasil.

Gato dos Pampas



Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Género: Leopardus
Espécie: L. colocolo


O Gato-dos-pampas (Leopardus colocolo), também conhecido pelo nome de gato-palheiro, é um mamífero da família dos felídeos, encontrado do Peru à Argentina e também no Brasil, especialmente em áreas abertas, providas de capins altos. É um felino de pequeno porte, mede de 60 cm a 1 metro e pesa de 1,7 a 6,4 kg, e se assemelha ao gato doméstico. Possui pelagem que varia do marrom-ferrugem ao cinza-alaranjado bem longa, principalmente na linha dorsal e pode eriçar-se durante certas reações do animal, parda, com bandas transversais amarelas ou marrons, que se estendem do dorso aos flancos, e cauda curta de pelagem espessa, com anéis escuros. Os membros possuem partes negras, e as orelhas são grandes e pontiagudas.
De hábitos crepusculares e noturnos, sobem árvores com facilidade e costumam fazem ninhos na copa de pinheiros araucária. A gestação dura 80 dias e número de filhotes por cria geralmente, é de dois a três. Alimenta-se de pequenos roedores e aves terrestres. Está ameaçado por causa da caça para o comércio de peles, tráfico de animais silvestres e destruição de seu habitat.

Onça-Pintada



Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Género: Panthera
Espécie: P. onca

A onça-pintada (Panthera onca), onça, jaguar ou jaguaretê é um mamífero da ordem dos carnívoros, membro da família dos felídeos, encontrada nas regiões quentes e temperadas do continente americano, desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. É um símbolo da fauna brasileira. Os vocábulos "jaguar" e "jaguaretê" têm origem no termo guarani jaguarete. Na mitologia maia, apesar ter sido cotada como um animal sagrado, era caçada em cerimônias de iniciação dos homens como guerreiros.
A onça-pintada se parece muito, à primeira vista, com o leopardo. Um exame mais detalhado mostra, contudo, que sua padronagem de pelo apresenta diferenças significativas. Enquanto o leopardo apresenta rosetas menores mas em maior quantidade, as manchas da onça são mais dispersas e desenham uma roseta maior, algumas delas com pontos pretos no meio. O interior dessas manchas é de um dourado/amarelo mais escuro que o restante da pelagem. Existem também alguns indivíduos melânicos, as chamadas onças-pretas. Elas não pertencem a uma outra espécie, e suas manchas ainda são facilmente reconhecíveis na pelagem escura; trata-se apenas de uma mutação genética na qual os indivíduos produzem mais melanina do que o normal, o que provoca um maior escurecimento da pelagem desses animais.
A cabeça da onça é proporcionalmente maior em relação ao corpo. Um exemplar adulto alcança até 2,60 m de comprimento, chegando a pesar em torno de 115 kg, embora, em média, os machos pesam 90 kg e as fêmeas 75 kg. A altura da cernelha é de aproximadamente 70 cm, sendo o maior felino das Américas.
A onça pintada é o maior mamífero carnívoro do Brasil, e necessita de pelo menos 2 kg de alimento por dia, o que determina a ocupação de um território de 25 a 80 km² por indivíduo a fim de possibilitar capturar uma grande variedade de presas.
A onça seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos, o que pode resultar como benefício para a própria população de presas.
Apesar de ser tão temida, foge da presença humana e mesmo nas histórias mais antigas, são raros os casos de ataque ao ser humano. Como necessita de um amplo território para sobreviver, pode "invadir" fazendas em busca de animais domésticos, despertando, assim, a ira dos fazendeiros que a matam sem piedade. Por esse motivo, e sobretudo pela rápida redução de seu habitat, esse felídeo, naturalmente raro, ainda encontra-se a beira da extinção no Brasil.
A onça-pintada é uma excelente caçadora. As patas curtas não lhe permitem longas corridas, porém lhe proporcionam grande força, fundamental para dominar animais possantes como antas, capivaras, queixadas, tamanduás, jacarés etc. Ocasionalmente esses felinos atacam e devoram grandes serpentes (jiboias e sucuris), em situações extremas. Na Venezuela foram registrados casos de onças a devorar sucuris adultas. Enquanto os outros grandes felinos matam suas vítimas, mordendo-as no pescoço, a onça o faz atacando-as diretamente na cervical, graças a suas mandíbulas poderosas, as mais fortes de todos os felinos e a segunda mais forte entre os carnívoros terrestres. Esses felinos frequentemente matam animais como a capivara e pequenos macacos mordendo lhes o crânio, sendo o único felino a fazer isto. A mordida de uma onça pode facilmente atravessar o casco de uma tartaruga. Apesar disso, a onça não se furta em comer pequenos animais se a chance lhe aparece.